segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Cultura Bulgara em todos os poros

A meio da semana passada recebo um convite inesperado Ola Maria como estás? Sábado vou ver um espetáculo de mascaras de rua queres ir? Era a Catarina, que conheci no primeiro dia que cá cheguei! Olha que querida. Sim, claro que vou, eu só não quero ficar fechada em casa.

Assim foi, sábado foi me buscar perto de casa, e la fomos para Pernik onde se dava o tal festival que se chama Сурва (lê-se Surva). Chegando lá, sinto um pouco do que é o nosso Carnaval de rua (o diurno), com os desfiles de cada uma das nossas "escolas", que aqui se transformam em municípios. Este festival tem uma longa tradição na Bulgária, cada vila ou aldeia, celebra a sua Cypва, em Janeiro.

Nesta altura, reúnem-se na sua capital da região, no caso que fui ver, a capital é então Pernik, onde desfilam todos os municípios. No final o vencedor é presenteado com uma pequena quantia de dinheiro, que dividido por todos os membros não deve chegar a 10 euros. Há que mencionar, que todos os fatos são elaborados por gosto à festa e ás tradições, sendo que cada pessoa é responsável pela elaboração da mascara que utiliza. Mesmo com tão poucos recursos, conseguem fazer trabalhos dignos de ir ao estrangeiro, como é o caso de uma das aldeias que vai participar numa parada de rua em Londres.

Assim em poucas palavras é um desfile barulhento, com bastantes penas (como sabem eu odeio penas portanto foi todo um panicar ao longo do desfile), e vamos dizer que um pouco repetitivo. Basicamente o proposito da celebração é afastar os maus espíritos, atraindo para o novo ano boas culturas, saúde e fertilidade para as pessoas e animais.

Segundo o que me explicaram, para espantarem os maus espíritos as pessoas vestem-se de acordo com o que mais temem. Assim, usam mascaras agressivas e muitos sinos ou badalos ou la como se chama, fazendo um barulho assim a modos que insurtecedor, enquanto andam. Tive oportunidade de ir ao back stage, onde vi os participantes da parada a vestir-se e tentei levantar os sinos que eles carregam quase todo o dia à cintura...bem deixem-me que vos diga aquela porra é pessada como tudo! Agora é a parte em que me envergonho, uma vez que aquele conjunto de sinos fazia parte da vestimenta de um menino prai de 10 anos.... Os sinos são maiores e tem mais prata, quanto mais importante for a pessoa.

Durante o dia e como saco vazio não move montanha, comemos algo típico búlgaro, o kebab ou kebabtche. Basicamente é carne picada, moldada de duas formas diferentes (salsicha ou hamburguer) e que sabem exactamente ao mesmo (não me perguntem qual é kebab e qual é kebebche porque isso já era informação a mais). Até se come bem tirando o facto de ser uma beca forte o que fez com que eu ficasse todo o dia com a aquilo no estômago.

Ao lanche também tive oportunidade de provar outra iguaria búlgara, a chamada Banitsa que é nada mais nada menos, do que um folhado com bocados de queijo dentro. A banitsa é normalmente comida ao pequeno almoço, sendo acompanhada com uma bebida a Боза (boza) que não é boa nem má, é uma ganda merda! Só esta gente para gostar disto, pelo que tenho perguntado não existe um único estrangeiro que goste! Tem a consistência de um compal de Pera, é um bocado mais escuro epah e sabe mal!! não vale a pena tentar explicar ao que sabe!!

Continuando na cultura búlgara, fomos jantar a um restaurante típico. Muito muito giro por acaso, onde comi umas saladas muito boas, com uns molhos melhores ainda e uma carnixa com vegetais deliciosos. A sobremesa foi o belo do iogurte, que eles reclamam como sua invenção (a bactéria que produz o iogurte, chama-se então Lactobacillos bulgaricus). Como não há noite que acabe sem copos, la fomos para um piano bar (que era muito rasca por sinal!! lol)

E pronto de manha até à noite respirei bulgária!!!

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